O rácio do crédito em incumprimento no sector bancário em Moçambique situou-se em cerca de 10%, acima da referência convencional, que é de 5,0%, indica o Banco de Moçambique (BdM) no seu Boletim de Estabilidade Financeira, relativo ao primeiro semestre, divulgado nesta terça-feira.
Apesar desse movimento, o BdM afirma que o sector bancário se manteve “sólido e Resiliente”, durante o período em análise, com crescimento de resultados e níveis adequados de capitalização e liquidez.
“Entretanto, no que concerne à qualidade do activo, o rácio do crédito em incumprimento situou-se em cerca de 10%, acima do benchmark (referência) convencional de 5,0%”, sublinha o banco central.
Porém, o Banco Central reconhece um agravamento no crédito em incumprimento (NPL) no sistema bancário, que passou de risco moderado para alto.
“O risco de crédito permaneceu no nível moderado, não obstante o agravamento do NPL no semestre, o qual transitou do nível de risco moderado em Dezembro de 2022, para alto”, sublinha o BdM.
O Banco de Moçambique assinala que a manutenção do risco de crédito no nível moderado foi favorecida pela permanência do hiato do rácio crédito à economia/PIB [Produto Interno Bruto] em níveis negativos, “mostrando que este rácio continua abaixo da sua tendência de longo prazo, e pelo fraco crescimento do crédito à economia que se fixou em 7,83% em Junho de 2023, correspondente ao nível de risco baixo”.
Em Novembro passado, o governador do BdM, Rogério Zandamela, afirmou que o sector bancário nacional está “sólido e bem capitalizado”, mas alertou que o crédito em incumprimento permanece em níveis elevados.
“O sector bancário nacional continua sólido e bem capitalizado, tendo o rácio de solvabilidade se fixado em 24% em Setembro do corrente ano, correspondente a 12 pontos percentuais acima do mínimo regulamentar”, salientou Zandamela.