A bancada parlamentar da Renamo, na Assembleia da República (AR), quebrou o silêncio e criticou, esta terça-feira, as acções processuais levadas acabo pelo seu colega, Venâncio Mondlane contra o presidente do partido, Ossufo Momade.
O Porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, Arnaldo Chalaua, convidou Mondlane para fazer uma introspecção de modo a não colocar em causa a imagem do partido, tendo em conta que “estamos num ano eleitoral”.
“Nós deputados da Renamo pedimos ao nosso colega para voltar à razão, para que volte a ser igual a si mesmo combatendo o partido que é contrário ao nosso. Quem é de nós não é contra nós. Quem é de nós nunca estaria a beliscar e a colocar em causa os órgãos do partido”, disse.
Esclareceu que Mondlane está a caminhar em contramão ao recorrer aos órgãos de justiça para exigir, àquilo que chamou de alegado cumprimento dos estatutos do partido. No entanto, disse notar que ele (Mondlane) é o primeiro a pontapear os estatutos do partido e a desrespeitar as estruturas desde a base até ao topo.
É, seu entender, que na qualidade de deputado e membro da Renamo, Venâncio Mondlane tem a sua jurisdição na cidade e província de Maputo para trabalhar, mas contrariamente a isso escala outros pontos socorrendo-se dessas qualidades para convocar comícios, sem se apresentar aos órgãos do partido ao nível da província. Disse que o presidente da Renamo é quem dá instruções sobre o funcionamento do partido, incluindo a própria bancada parlamentar, pelo que Mondlane deve respeitar isso.
Considerou que a luta de Venâncio Mondlane para a convocação do congresso faz parte de uma agenda que visa materializar interesses inconfessáveis, isto porque, segundo explicou, está a vista o Conselho Nacional (CN) da Renamo, na segunda quinzena de Abril. É este órgão, acrescentou, que estatutariamente convoca o congresso depois de analisar todos aspectos que podem contribuir para viabilizar ou condicionar a sua realização.
“O Presidente é quem convoca o CN que, por sua vez, convoca o congresso. Não é um tribunal que tem que fixar datas. Não é através de uma accão a correr no tribunal que se deve organizar o partido Renamo”, disse.