As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) emitiram, nesta quarta-feira, uma nota de imprensa com o objectivo de esclarecer as circunstâncias em que um jovem comerciante da vila distrital de Macomia, província de Cabo Delgado, terá sido baleado mortalmente por agentes das forças governamentais.
No essencial, as Forças Armadas acusam o jovem baleado de porte ilegal de material bélico, particularmente munições, e ainda o facto de ter, alegadamente fugido da abordagem feita pelos agentes que o interpelaram num horário proibido, tendo em conta que está estabelecido, num determinado período, o recolher obrigatório.
“O cidadão que se encontrava a circular fora do horário estabelecido pelas autoridades locais, devido ao alto nível de ameaça terrorista naquela vila, carregava consigo um recipiente vazio de munições de uma metralhadora denominada “PK”, o que levantou grandes suspeitas sobre as suas verdadeiras intenções”, refere o comunicado emitido pelo Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, alegando que “questionado pelos elementos da patrulha conjunta sobre a origem da caixa, o indivíduo pôs-se em fuga tendo os elementos da patrulha efectuado, sem sucesso, vários disparos de aviso e que na tentativa de neutralizá-lo, o individuo foi atingido mortalmente”.
A explicação das autoridades contrasta completamente com os relatos que o mediaFAX/SAVANA tem estado a ouvir a partir de fontes posicionadas na vila de Macomia, que descrevem o jovem como simples comerciante local.
A descrição aponta que o jovem saiu da sua barraca, na segunda-feira, quando eram cerca das 21 horas, somente para urinar, tendo sido abordado quando regressava pelas FDS.