A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) voltou a pronunciar-se, nesta quinta-feira, sobre os raptos que continuam a abalar os principais centros urbanos do país e a obrigar à fuga de muitos empresários, deixando, para trás, os seus negócios e criando desemprego.
Estima-se que cerca de 150 investidores directos tenham abandonado o país, desde 2012.
Falando, nesta quinta-feira, na cidade de Maputo, a CTA disse que era importante que o governo aceite e adopte as medidas que o sector privado tem estado a sugerir no âmbito do diálogo público-privado, como condição para resolver o problema.
“Os nossos membros, a comunidade empresarial no seu todo, têm estado a exercer pressão para que possamos tomar medidas radicais para pressionar o Governo. Vocês próprios já ouviram que os empresários, várias vezes ameaçaram paralisar a actividade comercial”, recordou Pedro Baltazar, presidente do pelouro de segurança e protecção privada.
Estas medidas radicais têm estado a ser energicamente defendidas por alguns sectores empresariais por se mostrarem cansados de viver com um problema bastante grave, entretanto, em torno do qual o governo não consegue encontrar solução.
“Como líderes, temos estado a gerir estas pressões. O Governo é nosso parceiro e é, por isso, que optamos pelo diálogo. Em algum momento, podemos não conseguir segurar esta pressão” – chamou atenção, Pedro Baltazar.
Esta semana, recorde-se, a Polícia da República de Moçambique, através do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), apresentou uma residência de luxo que serviu de cativeiro. A casa está no condomínio Tchumene 1, curiosamente ao lado da 10ª esquadra da PRM.
Na mesma ocasião, foi apresentado um individuo acusado de fazer parte dos grupos raptores, mas este negou qualquer conhecimento e identificou-se somente como trabalhador do proprietário da casa.
Não foi a primeira vez que a PRM apresentou cativeiros e respectivos guardas. Noutros momentos, alguns executores foram apresentados, mas de mandantes nada existe, apesar dos reiterados pedidos do Presidente da República e Comandante Chefe das Forças de Defesa e Segurança.