O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, equaciona a possibilidade de trocar a posição das forças policiais, no terreno, para que as Forças Armadas assumam o comando das operações, caso as manifestações violentas continuem no país.
“As Forças Armadas actuam no segundo escalão, em apoio à Polícia, mas se o escalar da violência continuar, não se coloca outra alternativa, se não mudar a posição de forças no terreno e colocar as Forças Armadas a proteger aquilo que são as funções do Estado”, disse.
Chume falava, na tarde desta terça-feira, em conferência de imprensa, para dar a conhecer “ a postura das Forças Armadas”, no contexto das manifestações que decorrem desde o passado dia 21 de Outubro, convocadas pelo candidato presidencial do Podemos, Venâncio Mondlane, que reclama vitória eleitoral.
Mondlane tem agendada para a próxima quinta-feira (7) uma grande marcha na capital do país, na qual espera ocupar as principais avenidas de Maputo.
As manifestações que têm sido caracterizadas por actos de vandalização de infra-estruturas públicas e privadas, bem como de excessos na actuação da polícia, que têm culminado com disparos de balas de chumbo (verdadeira) que causam mortes e feridos entre civis.
O ministro da Defesa avançou que a missão dos militares e da polícia é de proteger “o poder, proteger o povo e a soberania nacional, independentemente de quem venha a exercer o poder”.
“Não há quem prepara uma marcha para dar mergulho na piscina da Ponta Vermelha por um puro prazer. Temos situações semelhantes no mundo que estão sendo copiadas, para se implementar no país. Não podemos nos enganar. É aqui onde entra a nossa missão de proteger”, declarou.
Repudiou, de seguida, aquele tipo de discursos e a convocação de manifestações violentas, tendo apelado para que as mesmas sejam feitas em coordenação com a Polícia, de modo que possa prover protecção.
O dirigente fez notar que ainda que e necessário indicar o itinerário das manifestações pacíficas, justificando com o facto de haver locais sensíveis que devem ser protegidos, pelo facto dessa ser uma competência exclusiva dos militares.
Na mesma ocasião, Cristóvão Chume negou a presença de militares ruandeses nas ruas da cidade e capital do país para controlarem as manifestações, tendo em conta vários relatos que circulam nas redes sociais dando conta do destacamento de efectivos daquele país para a contenção das manifestações.
A conferência de imprensa contou com a presença do ministro de Interior, Pascoal Ronda, e da ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida.