O candidato republicano Donald Trump foi terça-feira eleito 47º Presidente dos EUA, derrotando a democrata e vice-presidente norte-americana Kamala Harris.
Com a vitória, Trump regressa à Casa Branca, depois de ter cumprido um primeiro mandato de quatro anos, após vencer as presidenciais de 2016 contra a democrata Hillary Clinton.
O chefe de Estado eleito perdeu a reeleição em 2020 frente ao Presidente cessante Joe Biden.
Donald Trump triunfou na corrida, depois de vencer nos sete chamados “swing states” ou estados decisivos, que, por força da sua grande demografia, elegem o maior número de membros do colégio eleitoral, a entidade que têm a palavra final – através de votação – na competição pela Casa Branca.
Até ao fecho da edição, Donald Trump tenha arrecadava 51% de votos e Kamala Harris 47,3% de votos.
Migração e economia
Vários analistas atentos ao ecossistema político e económico norte-americano apontam a abordagem dura que Donald Trump promete seguir no tema da migração como um dos principais apelos à votação vitoriosa que conseguiu nas eleições de terça-feira.
Trump, que já tinha defendido, no seu primeiro mandato, a construção de um murro na fronteira com o México, para travar o fluxo de migrantes, maioritariamente da América Latina, tem acusado os estrangeiros que entram nos EUA de criminosos e anormais, imputando-os práticas como o consumo de animais domésticos.
“Vamos arranjar o problema das fronteiras. Isto é uma vitória magnífica e vamos mudar o rumo do país. Queremos que as pessoas entrem no nosso país, mas que entrem legalmente. Os americanos voltaram a controlar o seu país. Promessas feitas, promessas cumpridas”, afirmou.
Outro trunfo que pode ter contribuído decisivamente para a vitória de Donald Trump é a perda de empregos em alguns sectores cruciais da economia norte-americana, principalmente a indústria automóvel.
O peso da economia na campanha às presidenciais descortina-se igualmente no forte envolvimento do controverso bilionário Elon Musk – nascido na África do Sul – em prol de Donald Trump, tendo chegado a sortear um milhão de dólares para apoiantes do candidato republicano.
Vitória que lança incertezas no mundo
Trump volta à Casa Branca num momento em que o mundo se debate com conflitos em áreas de grande interesse geoestratégico para os EUA, como as guerras no Médio Oriente e na Ucrânia.
O facto de o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, ter sido um dos primeiros governantes a felicitar o chefe de Estado eleito diz bem da proximidade entre os dois dirigentes e de episódios de tensão que marcaram as relações entre Washington e Telavive, na actual governação do Presidente democrata Joe Biden, relativamente ao modo como Israel está a conduzir a guerra contra o Hamas, resultando num saldo de mais de 43 mil mortos na Palestina e de destruição deste território.
Por outro lado, os discursos contraditórios de Donald Trump em relação ao apoio norte-americano a Kiev na resistência contra a invasão russa também levantam nuvens de dúvidas sobre o desfecho da guerra na Ucrânia.
Donald Trump já culpou Volodymir Zelensky pela invasão russa da Ucrânia, chegando a defender a capitulação em relação aos territórios ocupados por Moscovo.
Depois de inicialmente se ter oposto ao colossal apoio norte-americano à Ucrânia, disse mais tarde que essa ajuda não iria cessar, caso vencesse as presidenciais norte-americanas.
Por outro lado, afirmou várias vezes que a guerra terminaria em 24 horas, mas nunca foi claro em relação à fórmula que irá usar para o fim da guerra Rússia-Ucrânia.