O Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal, Paulo Rangel, defende o diálogo entre o Governo moçambicano e a oposição, como saída para travar a onda de violência no país.
Em entrevista à Antena 1 da RTP, Rangel manifestou preocupação com a onda de mortes de manifestantes, que protestam contra os resultados eleitorais e apela à paz.
Por outro lado, o ministro apelou a “todas as forças políticas em Moçambique, bem como as autoridades e a oposição e as forças da sociedade civil, para que garantam a estabilidade social, a acessibilidade, para não deixar que esta situação escale ainda mais”.
No entanto, nesta segunda-feira, o Presidente da República, Filipe Nyusi, manteve um encontro com partidos políticos da oposição, uma reunião com o objectivo de discutir a actual situação política no país, marcada por manifestações em protesto contra os resultados eleitorais, que o Podemos e Venâncio Mondlane consideram de fraudulentos.
Rangel frisou que a questão das manifestações em Moçambique está merecer a atenção dos líderes internacionais, que participam na cimeira do G20, grupo de países com as maiores economias do mundo, que está a decorrer na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar com 20,32% dos votos, segundo os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), assinalou que não reconhece os resultados das eleições de 09 de Outubro. Os resultados deverão ainda ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional (CC), que não tem prazos para esse efeito.
Num esforço para exigir a reposição daquilo que chama de “verdade eleitoral”, Mondlane convocou protestos nas ruas, que paralisaram o país nos dias 21, 24 e 25 de Outubro. Posteriormente, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de Outubro, com protestos nacionais e uma manifestação, que iria terminar com uma marcha sobre a capital do país a 07 de Novembro, que provocou o caos em Maputo, com registo de mortos, diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela Polícia.
Venâncio Mondlane anunciou igualmente que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.
(Cleto Almeida)