O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, rejeitou, nesta segunda-feira, os resultados das eleições proclamados pelo Conselho Constitucional (CC), assinalando que vai mobilizar o povo para “salvar a democracia”.
“Não reconhecemos os resultados e nem o suposto vencedor, muito menos os números atribuídos ao seu partido. A Renamo entende que Moçambique merece um Governo legítimo escolhido pelo povo e não por um grupinho de pessoas”, frisou Ossufo Momade, pouco depois da proclamação dos resultados eleitorais pela presidente do CC, Lúcia Ribeiro.
O CC proclamou Daniel Chapo, candidato da Frelimo, como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, contra 24,19% de Venâncio Mondlane, 6,62% de Ossufo Momade e 4,02% de Lutero Simango.
Ossufo Momade, em conferência de imprensa para reagir à proclamação dos resultados, criticou o CC, salientando que o seu acórdão põe em causa a” vontade popular” e indicado que apresentou àquele órgão “evidências” e provas conclusivas que apontam para o comprometimento do processo eleitoral.
Momade disse que o seu partido apresentou evidências relativas à “violação da Constituição da República” durante a eleição, incluindo uma suposta falsificação de editais, troca de cadernos eleitorais e perseguição de membros dos partidos da oposição.
“Estes elementos não são meras especulações, mas dados notórios indicam que não foram tratados com a devida seriedade pelo CC, abrindo espaço para a incerteza futura da nossa democracia, da intolerância política e estabilidade social e política”, frisou.
Momade convocou partidos políticos, académicos e confissões religiosas para o que chamou de “defesa da democracia”, apontando que a acção deve visar o respeito “pela verdade eleitoral”.
“Nós vamos mobilizar o povo para que possamos lutar juntos para salvar a democracia. O que nós queremos é a democracia e nunca vamos aceitar que seja aniquilada”, rematou Ossufo Momade.