O presidente da República, Daniel Chapo, investido, nesta quarta-feira pela presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, prometeu um “governo menor, mas muito ágil e eficiente ”, assinalando que será eliminada a figura de vice-ministro.
Daniel Chapo falava após ser investido como quinto Presidente da República de Moçambique, em cerimónia na Praça da Independência em Maputo, que decorreu sob fortes medidas de segurança.
“Vamos reduzir o tamanho do governo, começando com a redução dos ministérios, ministros e eliminação de Secretarias de Estado equiparadas a ministérios. Esse exercício significará uma economia em cerca de 17 mil milhões de meticais por ano. Esse dinheiro será redireccionado para onde realmente importa: educação, saúde, agricultura, água, estradas e energia para a melhoria da vida do nosso país”, frisou Chapo.
No seu discurso inaugural, Chapo garantiu igualmente que a sua administração irá rever as regalias “dos nossos governantes”, salientando que as mudanças incluem “congelar a aquisição de viaturas protocolares pelo Estado, para adquirir ambulâncias e outras viaturas para servir o povo”.
“Pretendemos liderar com humildade, determinação e comprometimento”, salientou Daniel Chapo, que fez um claro discurso de rotura em relação a forma de organização do governo, combate à corrupção e ao crime organizado, sobretudo, os raptos.
Os Presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, foram os únicos chefes de Estado presentes na cerimónia desta quarta-feira, com cerca de 2.500 convidados.
O acto de investidura decorreu, sob fortes medidas de segurança, sobretudo, no acesso ao centro da cidade e no recinto onde se realizou a cerimónia, depois do anúncio de protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições de 09 de Outubro passado. As manifestações já provocaram 300 mortos e mais de 600 feridos a tiro.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Daniel Chapo, 48 anos, foi proclamado pelo CC, a 23 de Dezembro, como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17%.