O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) classifica a repressão pós-eleitoral como o “período mais negro da democracia moçambicana”, com 348 mortes confirmadas e perpetradas pela Polícia da República de Moçambique (PRM), entre Outubro de 2024 e Janeiro de 2025. Com a realidade colocada desta maneira, aquela organização de promoção e defesa dos direitos humanos exige a responsabilização do Estado e a devida indemnização das vítimas.
Para o professor Adriano Nuvunga, director-executivo do CDD, que falava nesta segunda-feira num seminário sobre violência pós-eleitoral e direitos humanos, a discussão e exigência de responsabilização torna-se cada vez mais necessária, tendo em conta que a violação dos direitos é premeditadamente cometida por aqueles que que têm a missão constitucional de defendê-los.
“O Estado moçambicano é que está por detrás da organização da violência que está por detrás da identificação e da matança de pessoas. Então, mesmo com este panorama de violência e assassinatos, não estávamos preparados para a magnitude daquilo que assistimos. Diria assim, é um tsunami de violação de direitos humanos”, classificou.
O relatório preliminar do CDD, que abrange o período de 21 de Outubro de 2024 a 15 de Janeiro, data de tomada de posse de Daniel Chapo como Presidente da República de Moçambique, confirmou a morte de 348 pessoas perpetradas pela força policial durante os protestos pós-eleitorais.
(Cleto Duarte)