Sobre o debate que se vem levantando nos últimos tempos e que foi destaque na edição desta sexta-feira do semanário SAVANA, que questiona a constitucionalidade do PR ser ao mesmo tempo presidente do partido Frelimo, Nyusi não se opôs, mas referiu que o assunto precisa de uma profunda análise, que não pode ser fechado num simples debate de uma sessão extraordinária do Comité Central (CC).
Nyusi, que discursava, nesta sexta-feira, na abertura da III sessão extraordinária do CC, assinalou que o fórum não tinha competências para tal, cabendo ao Congresso tomar a devida decisão, ficando o CC com a missão de indicar caminhos.
Frisou que enquanto o assunto não for fechado, iria seguir com a tradição da organização e entregar a direcção do partido a quem dirige o Estado, como forma de manter a unicidade de comando e garantir a coesão do partido, de modo que este esteja alinhado com as acções do governo.
Na edição desta sexta-feira do SAVANA, Teodato Hunguana, antigo juiz-conselheiro do Conselho Constitucional e quadro sénior do partido no poder, defendeu – como já o fez anteriormente – que devia ser abandonado o “antecedente” de acumulação dos cargos de Presidente da República e de líder partidário, porque viola o artigo 148 da Constituição da República.
Durante o discurso, Filipe Nyusi denunciou que o seu reinado foi marcado por uma intensa campanha de desestabilização, quer por dentro, assim como por fora, mas mesmo assim, deixa o cargo com a o sentimento de missão cumprida.
Nyusi apelou que as campanhas de desestabilização passem ao lado do seu sucessor, de modo que este tanha sossego para se concentrar na solução dos desafios que enfermam o país.