Uma caravana de Venâncio Mondlane foi, na tarde desta quarta-feira, alvo de disparos de gás lacrimogéneo e de balas reais, no bairro de Hulene, arredores de Maputo, uma situação que gerou pânico entre os integrantes e acompanhantes da comitiva.
O atentado, que se saldou em dois mortos e 16 feridos, entre elas duas crianças, e um operador de som de Venâncio Mondlane, terá sido perpetrado por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
Em protestos contra o atentado, a população bloqueou, poucas horas depois, várias artérias da cidade, entre elas a avenida Julius Nyerere, erguendo barricadas e queimando pneus.
O atentado aconteceu numa altura em que no Centro de Conferência Joaquim Chissano assinava-se um acordo denominado “Compromisso Político para um Diálogo Inclusivo” pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e pelos representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, nas Assembleias Provinciais e municipais.
Cerca de três horas após o atentado, o “Gabinete do Presidente Eleito pelo Povo”, afecto a Venâncio Mondlane, emitiu um comunicado afirmando que “o estado clínico de Venâncio Mondlane” é desconhecido e o seu paradeiro preocupa toda a sua equipa.
“Com o início dos disparos a caravana desmembrou-se sendo que não se conhece o paradeiro de Venâncio Mondlane nem o seu estado de saúde. A equipa continua, sem sucesso, a tentar entrar em contacto com o Presidente do Povo”, sublinha a nota.