A Procuradoria Distrital de Kamaxaquene deduziu acusação por alegado crime de abuso de confiança contra o empresário Manuel Magalhães Pereira, administrador da Construtora do Mondego, na sequência de uma queixa apresentada por Agostinho Vuma, antigo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), refere-se no laudo acusatório a que o jornal teve acesso.
Para o Ministério Público, ficou demonstrado que Manuel Magalhães Pereira usou um livro de cheques assinados por Agostinho Vuma para depositar oito biliões de meticais, no Millennium bim, entre 22 de Abril de 2022 e 27 de Abril de 2023, sem o conhecimento do antigo presidente da CTA.
O denunciante entregou o livro de cheques ao acusado, no âmbito das relações de “amizade e parceria” que os dois mantinham, lê-se na acusação.
Agostinho Vuma confiou aqueles meios de pagamento a Manuel Magalhães Pereira, em 2017, para que este levantasse apenas o equivalente a um bilião de meticais, para despesas de campanha para as “eleições presidenciais da CTA”, refere-se.
Nessa campanha, Pereira era tesoureiro da equipa de Vuma, sendo nessa qualidade que recebeu o livro de cheques.
O Ministério Público diz que o administrador da Construtora do Mondego manteve-se na posse do livro de cheques, mesmo depois da campanha eleitoral, contrariando o que havia sido acordado entre as partes.
Em respostas que deu durante o interrogatório, Manuel Magalhães Pereira negou ter ficado com cheques passados por Agostinho Vuma, alegando que os mesmos foram depositados por este como forma de pagamento de uma dívida contraída durante o processo eleitoral da CTA.
Mas a Procuradoria Distrital de Kamaxaquene tem outro entendimento:
“Dos factos retro reportados, resulta claro e cristalino que o arguido praticou, em autoria material e de forma consumada: crime de abuso de confiança”.
