A Kawena, cadeia de distribuição ao serviço de mineiros moçambicanos que trabalham na África do Sul, anunciou o encerramento dos seus armazéns em Moçambique, devido às “devastadoras perdas financeiras causadas pelos tumultos e distúrbios” que assolaram o país após as eleições gerais de Outubro, anunciou a companhia.
A firma, de capitais sul-africanos, refere que, “ao longo dos últimos oito meses, a gestão trabalhou incansavelmente para salvaguardar o futuro da empresa” e contactou várias entidades, incluindo a Presidência da República, mas não conseguiu a recapitalização.
A Kawena aponta ainda dívidas de IVA não liquidadas há vários anos, como factor para a falta de capital para continuar em Moçambique.
“Apesar de todos os nossos esforços, não conseguimos garantir o investimento necessário para recapitalizar a empresa”, refere-se.
A Kawena aponta igualmente que a actual incerteza na economia moçambicana, agravada por uma das piores crises de liquidez da sua história, tornou impossível obter financiamento externo.
“Reconhecemos as dificuldades que esta notícia traz para os nossos colaboradores, mineiros e suas famílias. Tenham a certeza de que os administradores de recuperação continuarão a supervisionar um processo de encerramento ordenado, garantindo que todas as questões pendentes sejam tratadas de forma justa e transparente, em conformidade com a legislação sul-africana”, diz se no aviso.
Kawena Distributors declara que não queria este desfecho, mas não há condições para continuar a operar em Moçambique.