Pessoas desconhecidas lançaram uma bomba na madrugada da última Terça-Feira, destruindo a sala de reuniões do Instituto de Estudos Políticos e Económicos da África Austral (SAPES) em Harare, no Zimbábwe.
Amplamente conhecido por SAPES Trust, é das mais proeminentes organizações de pesquisa sobre questões relacionadas com os desenvolvimentos políticos, económicos e sociais da África Austral, assumindo uma forte posição no debate público de políticas e governação.
O ataque teve lugar na madrugada do mesmo dia em que estava prevista para a referida sala uma conferência de imprensa de políticos da oposição, na qual deveriam manifestar a sua repulsa contra a possibilidade do Presidente Emmerson Mnangagwa continuar a governar o país até 2030.
Os referidos políticos incluem Tendai Biti, que já foi secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), fundado em 1999 por Morgan Tsvangirayi, e que em 2009 obrigou o antigo Presidente Robert Mugabe a formar um governo de unidade nacional, do qual Tsvangirayi foi primeiro-ministro e Biti, ministro das finanças.
A conferência viria a realizar-se na tarde do mesmo dia num outro local, mas foi abruptamente interrompida com uma intervenção musculada da polícia. Um evento semelhante foi também forçosamente interrompido pela Polícia, no mesmo dia na segunda maior cidade do Zimbábwe, Bulawayo.
SAPES Trust foi fundado nos anos 1980 pelo académico Ibbo Mandaza, uma sumidade sobre assuntos políticos, económicos e sociais da África Austral, e que depois da independência do Zimbábwe ocupou vários cargos de governação.
A Zanu-PF, o único partido que governou o Zimbábwe desde 1980, propôs recentemente numa conferência nacional, permitir que o Presidente Mnangagwa prolongue o seu mandato, que termina em 2028, por mais dois anos, o que o levaria a governar o país até 2030, altura em que terá 88 anos de idade.
