O Banco de Moçambique (BM) mantém inalterada a sua preocupação em torno do agravamento do endividamento público interno, que há muito vem sendo considerado insustentável. Desta vez, a entidade dirigida por Rogério Zandamela entende mesmo que o agravamento imparável está já a ter “impacto no funcionamento normal do mercado financeiro”.
Refere a instituição que, actualmente, a dívida pública interna, excluindo os contractos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 465,8 mil milhões de meticais (USD7278 milhões), o que representa um aumento de 50,3 mil milhões em relação a Dezembro de 2024. Nisto, aponta, o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado está a resultar na redução da apetência por títulos públicos e na rigidez das taxas de juro de mercado monetário interbancário.
Estas percepções foram apresentadas sexta-feira pelo Banco de Moçambique, depois de a reunião do Comité de Política Monetária ter decidido voltar a reduzir a taxa de juro de política monetária de 9.75 para 9.50 por cento, numa medida justificada com o agravamento dos riscos e incertezas associadas às projecções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado.
