Moçambique pretende estender a distribuição de medicamentos anti-retrovirais para um ano, num esforço para reduzir abandonos ao tratamento e diminuir mortes causadas pela doença. A pretensão foi manifestada, nesta quinta-feira, no âmbito do lançamento das actividades nacionais do dia mundial de luta contra o SIDA, que se assinala próxima segunda-feira, 1 de Dezembro.
Segundo o secretário-executivo do Conselho Nacional de Combate ao SIDA, Francisco Mbofana, a iniciativa reduz a necessidade de visitas frequentes às unidades sanitárias, aliviando a pressão sobre os pacientes. A medida beneficiará sobretudo as pessoas que vivem em zonas rurais, que muitas vezes deixam as suas residências para trabalhar nas machambas, o que interfere na continuidade do tratamento. Ao garantir medicamentos por períodos mais longos, o governo pretende prevenir interrupções e evitar o abandono.
Mbofana afirmou que, durante o mês de Dezembro, várias acções serão intensificadas. A campanha “Checa Já” vai ganhar maior dimensão, com reforço da testagem e aconselhamento. A distribuição de preservativos também será ampliada, embora persista o desafio de alcançar a meta anual de 300 milhões de unidades. Paralelamente, estão previstas diversas iniciativas de mobilização comunitária, incluindo feiras de saúde, debates em rádios e televisões, além de visitas a famílias afectadas pelo HIV.
O movimento Dezembro Vermelho será novamente lançado, reforçando acções de sensibilização até ao final do mês. A campanha pretende mobilizar mais pessoas para os serviços de prevenção e tratamento e combater o estigma, apontado como uma das principais barreiras na resposta ao HIV.
O Dia Mundial de Luta Contra o HIV/SIDA será assinalado este ano, sob o lema “Superar as crises e transformar a resposta ao HIV-Sida”, destacando os desafios que o país tem enfrentado nos últimos anos. As cerimónias centrais terão lugar na cidade de Maputo e serão dirigidas pela primeira-ministra, presidente do Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS).
O evento contará com a participação de representantes do governo, da sociedade civil, de parceiros internacionais e de pessoas vivendo com HIV, numa demonstração de compromisso conjunto para o fortalecimento da resposta nacional à epidemia.
