A antiga da primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, quase morreu em Moçambique e a culpa foi de um comandante da Frelimo embriagado, revelam documentos secretos agora divulgados, sobre o incidente com o avião da ex-governante, que foi atacado por mísseis quando sobrevoava o país, em 1989.
Uma série de documentos secretos revelam que o incidente foi atribuído a um comandante da Frelimo embriagado, que terá disparado mísseis contra o avião em que a primeira-ministra inglesa seguia.
Segundo a publicação Sábado, editado em Lisboa, que cita o ‘The Telegraph’, a ‘Dama de Ferro’ realizava um périplo por África no sentido de pressionar a libertação de Nelson Mandela e acabar com o Apartheid na África do Sul.
No dia 30 de Março daquele ano, quando o avião da Força Aérea do Reino Unido sobrevoava Moçambique – Margaret Thatcher viajava do Zimbabwe para o Malawi -, foram disparados uma série de mísseis, que acabaram por errar o alvo.
O incidente ocorreu no período da guerra dos 16 anos, que opunha as forças governamentais e a Renamo. O incidente causou um problema diplomático, com o governo britânico a exigir explicações, segundo os documentos agora revelados. Joaquim Chissano, presidente de Moçambique na altura, prometeu ao secretário dos negócios estrangeiros Geoffrey Howe levar a cabo uma exaustiva investigação.
Volvidos dois meses sem que nada de novo se soubesse, o embaixador britânico em Moçambique inquiriu directamente Joaquim Chissano.
“Ele confessou que não sabia de nada. Fiz-lhe ver que o assunto é importante que a investigação deve avançar”, pode ler-se na documentação agora revelada.
Em Novembro de 1989, nove meses depois do incidente, as autoridades moçambicanas admitiram que tudo não passou de um acidente e que o culpado era de um comandante, aos comandos de uma bateria anti-aérea, embriagado.
Na sua biografia, Margaret Thatcher atribuiu as culpas do incidente aos guerrilheiros da Renamo. “A viagem era curta e o meu avião voava a baixa altitude. Demasiado baixo, uma vez que fomos alvo de mísseis da Renamo. Felizmente falharam.”
Recorde-se que a ‘Dama de Ferro’ – alcunha que recebeu de um jornalista soviético – liderou o Reino Unido entre 1979 e 1990. Morreu em 2013, aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral.
