O candidato à presidência da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Fileu Pave, promete trabalhar em prol de uma câmara dinâmica, moderna e acima de tudo orientada para o alcance de resultados.
Pave é candidato único às eleições do próximo dia 22 de Dezembro, à presidência do CCM, praticamente com a vitória garantida, na sequência da invalidação da candidatura de Lucas Chachine, pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, alegando irregularidades na recolha de votos por correspondência.
Pave falava, na passada sexta-feira, durante o lançamento oficial da sua campanha eleitoral, num evento onde apresentou publicamente a sua equipa, composta maioritariamente por jovens. O candidato, cujo manifesto assenta em seis pilares, comprometeu-se a reformar a CCM para que resolva as questões mais candentes dos associados, mas também garantir que o estado arrecade mais receitas para a promoção do desenvolvimento nacional.
Isso passa por uma aposta forte na digitalização dos processos para que os associados possam se cadastrar e aceder a todo tipo de informação sobre as actividades da agremiação através de canais digitais.
“A CCM tem de estar onde o empresário estiver e não o inverso. Pretendemos introduzir aplicativos digitais para que o empresário possa aceder aos serviços da câmara através de aplicativos onde estiver”, disse.
Esclareceu que os desafios recentes da crise económica, instabilidade no norte do país e a necessidade de retenção de investimentos exigem da futura liderança do CCM uma transformação urgente para que os negócios sejam digitais e livres da burocracia
Pave quer usar os canais digitais para criar oportunidades de negócios para os associados, mas também angariar outros. Apresentou uma proposta de criação de um “market place”, uma plataforma onde os associados vão expor os seus produtos e serviços e acima de tudo promover negócios entre eles mesmo.
“Queremos promover o comércio local. Vamos lançar um programa denominado “compre o que é nosso”, como forma de promover a venda e consumo de bens e produtos produzidos a nível nacional e depois vamos olhar para o que está fora de moçambique. Não faz sentido que não se consuma produtos e serviços nacionais”, disse.
A lista liderada por Pave e conta com Dixon Chongo como candidato a vice-presidente, desafiou-se a trabalhar numa iniciativa que visa transformar alguns comerciantes informais em formais para que tenham a possibilidade de fazer crescer os seus negócios através das oportunidades de financiamento existentes na CCM ou em outros organismos, gerar mais empregos e receitas para o estado.
“Em Moçambique temos mais 2 milhões de informais. Numa primeira fase, o nosso desejo é fazer com que um mínimo de 10 % passe para o formal. Estamos a falar de cerca de 200 mil comerciantes que têm um potencial de gerar cerca de 170 milhões meticais em impostos para o estado ao pagar trimestralmente 850 meticais de ISPC”, disse.
Sublinhou que os empresários devem servir de exemplo no pagamento de impostos.
A capacitação e certificação das Pequenas e Medias Empresas (PME´s) para que tenham contabilidade organizada é outro desafio do seu elenco. O candidato disse que a contabilidade organizada é meio caminho para aceder a empréstimos bancários e nota que muitas PME´s debatem se com esse problema devido a contabilidade desorganizada.
As exigências de exportações de produtos tem sido um outro grande empecilho as PME´s nacionais, tendo em conta que umas tem produtos, mas não tem certificação, vice-versa. A candidatura de Pave tem uma proposta para solucionar este problema que passa pela criação de um consórcio de exportação composto por PME´s, no qual vão se juntar sinergias para ultrapassar aquela barreira e fazer com o que o comércio externo flua e gerar riqueza aos moçambicanos.
Estando ciente das necessidades de financiamento dos associados, Pave promete na revitalização da Câmara de Comércio de Moçambique para Investimento (CCMI), o braço financeiro da CCM, que deverá alocar 30% das suas receitas para financiar, de modo particular, às iniciativas juvenis dos sócios e das mulheres. Reiterou a aposta nas incubadoras de negócios e na promoção de mulheres e jovens.
Disse que o seu principal objectivo é deixar um legado de renovação, criar uma CCM mais forte actuante e representativa.
