Cinco cidadãos da Jamaica, Cuba, Vietname e Iémen condenados por violação sexual de menores e homicídio estão presos em Eswathini, para onde foram deportados esta semana dos Estados Unidos da América (EUA), no âmbito da controversa política de expulsões em massa de estrangeiros supostamente em situação ilegal, anunciaram as autoridades norte-americanas.
“Este voo transportou indivíduos tão bárbaros que os seus países de origem recusaram recebê-los de volta”, disse Tricia McLaughlin, secretária-adjunta do Departamento de Segurança Interna dos EUA.
A chegada dos cinco estrangeiros condenados por crimes graves em Eswathini está a gerar revolta em alguns no seio da população daquele reino, encravado entre Moçambique e África do Sul – devido à falta de confiança nas prisões do país, para garantir a reclusão dos referidos indivíduos.
O grupo pró-democracia, de Eswathini, Solidarity Network qualificou o acordo de deportação com os EUA como deplorável, defendendo que o reino não pode ser usado como “lixeira de criminosos”.
Lucky Lukhele, porta-voz daquela organização, manifestou preocupação com a segurança no país, com a chegada de estrangeiros envolvidos na prática de crimes graves.
Mas o governo de Eswathini garante que os cinco prisioneiros estrangeiros não constituem uma ameaça ao país e aos seus cidadãos, adiantando que estão em trânsito para os seus países.
“Cinco prisioneiros estão actualmente nas nossas cadeias em celas isoladas, onde condenados que cometeram crimes similares são mantidos. A nação garante que estes prisioneiros não representam ameaça para o país e os seus cidadãos”, disse o porta-voz do Governo, Thabile Mdluli, em entrevita à BBC.
Mduli avançou que o seu país e os EUA vão coordenar com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), para facilitar a transferência dos referidos deportados para os seus países de origem.
O Sudão do Sul já tinha recebido oito imigrantes de vários países deportados dos EUA.
Segundo a imprensa internacional, não são conhecidos os termos dos acordos que Eswathini e Sudão do Sul assinaram com a Administração Trump, para aceitarem pessoas condenadas pela prática de crimes violentos.