O primeiro presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Brazão Mazula, denunciou, nesta quarta-feira, que os resultados eleitorais em Moçambique não são verdadeiros, são manipulados.
Argumentou que a manipulação é feita por aqueles que receberam a missão de trabalhar para que se faça um processo eleitoral livre, justo e transparente. Nas palavras de Brazão Mazula, os resultados são manipulados, recorrendo a uma vulnerabilidade que parte dos próprios níveis de desenvolvimento do país. Não é a primeira vez que Mazula fala do assunto, mas, nesta quarta-feira, foi mais contundente.
“O que acontece é que os que organizam eleições, incluindo a CNE, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), o Conselho Constitucional (CC), todos esses manipulam os dados das eleições. Todos eles utilizam o seu poder para manipular as mentes das pessoas”, disse Brazão Mazula.
Mazula falava, em Maputo, durante a “Conferência sobre Democracia Eleitoral em Moçambique” sob o lema “30 anos de caminhada da democracia eleitoral: experiências, desafios e caminhos para o futuro”.
“Quem vota a maioria são os pobres. O regime, o sistema, as instituições eleitorais, sabem disso e utilizam isso para a sua acção”, explicou Mazula, que também foi reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição pública de ensino superior em Moçambique.