O Reino Unido acaba de retirar o apoio financeiro ao projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, na área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, norte de Moçambique. Em causa está um financiamento de USD1.150 milhões de dólares do Fundo de Financiamento de Exportações do Reino Unido (UKEF). Este valor havia sido confirmado em 2020 pelo Governo britânico, um ano antes do mediático ataque jihadista, em Palma, a 24 de Março de 2021, que obrigou a TotalEnergies a invocar ‘força maior’, que, no entanto, foi levantada, em Outubro passado.
“Na preparação para a retoma do projecto, o UKEF recebeu uma proposta para alterar os termos de financiamento originalmente acordados (…). Após uma análise detalhada, o Governo do Reino Unido decidiu encerrar a participação do UKEF no projecto”, disse, nesta segunda-feira, o secretário de Estado de Negócios, Comércio e Trabalho, Peter Kyle, numa declaração no Parlamento.
Kyle argumentou que que após avaliação o Executivo considera que os “riscos aumentaram desde 2020”.
O governante britânico frisou que a decisão baseia-se muma avaliação abrangente do projecto e nos interesses dos contribuintes, que são melhor atendidos com o encerramento da participação do país no projecto neste momento.
“Embora essas decisões nunca sejam fáceis, o Governo acredita que o financiamento britânico deste projecto não contribuirá para os interesses do nosso país”, acrescentou Kyle.
“A UKEF reembolsará o projecto pelo prémio pago, reflectindo o fim da exposição ao risco do departamento no projecto”, disse Kyle.
O consórcio liderado pela TotalEnergies, projecto de 13,1 milhões de toneladas por ano (mtpa), nos campos da Área 1 de Golfinho/Atum localizados no mar, havia mobilizado o valor de USD15.4 mil milhões com fundos próprios (equity), junto de vários bancos e agências financeiras para a implementação do projecto na bacia do Rovuma. O valor inclui componentes onshore e offshore, custos associados à construção de instalações a serem compartilhadas com o projecto adjacente da Área 4.
A Mozambique LNG prevê iniciar a produção em 2029, cerca de cinco anos depois do previsto inicialmente. Ou seja, a primeira entrega de GNL da primeira linha a instalar em Afungi passou de Julho de 2024, como estava previsto, para o primeiro semestre de 2029.