O ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, parece não ter dúvidas de que o processo de revitalização da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) esteja no bom caminho, mas não esconde a prevalência de desafios que devem ser ultrapassados ao longo do processo transformacional na forma como a companhia aérea de bandeira é gerida.
A propósito dos desafios, o ministro foi questionado nesta segunda-feira por jornalistas em torno do relato de constantes avarias dos aviões da LAM, parte das quais detectadas em pleno ar. Na resposta, o governante não escondeu o sentimento de que a empresa precisa de renovação, também da frota. Ou seja, a actual, nas palavras do ministro, “não está em condições”, pelo que precisa de renovação.
“Não posso, não preciso, não pretendo e nem quero deixar aqui e tentar justificar por que é que o avião avariou, ontem. É claro para toda gente vê que a nossa frota não está em condições, os nossos gestores têm que se afinar mais para corresponder com as expectativas” assumiu Mateus Magala, exigindo aos gestores da LAM outra abordagem em relação à qualidade dos meios usados nas operações.
Na verdade, a Fly Modern Ark, empresa sul-africana contratada para gerir o processo transformacional, introduziu novos aparelhos, ampliando a frota que a LAM apresentava, mas parece haver muito ainda por fazer.
Ademais, Magala admitiu que as avarias não só têm incomodado a sociedade, mas também o governo, até porque quando o processo de revitalização iniciou esperava-se que o trabalho fosse feito de forma altamente profissional e efectividade. No entanto, o que se tem verificado é que do ponto de vista de atitudes ainda se está num nível precário.
“Não é esse o mandato que nós demos aos gestores. É para eles fazerem as coisas como devem ser feitas. Com profissionalismo e com muita efectividade, mas infelizmente estamos num processo de transformação, como eu disse, das atitudes e mentes. Ainda não estão no ponto desejado”, referiu Magala, respondendo a perguntas de jornalistas, depois de ter orientado a cerimónia de inauguração, em Pessene, distrito da Moamba, província de Maputo, do parque intermédio de gestão do tráfego de camiões que fazem o trajecto África do Sul – Moçambique e Moçambique – África do Sul.
De acordo com palavras de Magala, a LAM está num processo de transformação, e se espera que mais do que reestruturar a empresa, e obter recursos, haja uma transformação de mentes e atitudes. Aliás, explicou ainda que o acto de afinar as peças [mentes], que não estão devidamente afinadas, é que pode oferecer uma companhia aérea que dignifica Moçambique.
Gestores exonerados
Enquanto Magala falava de “afinação de mentes”, O Conselho de Administração (CA) da LAM afastava directores de operações, técnico e comercial, alegando a reestruturação em curso da companhia, num esforço para criar “maior dinamismo” e promover a “melhoria contínua”.
Em reunião extraordinária desta segunda-feira, o CA afastou Hilário Tembe, director de operações, substituído por Alexandre Barradas, Pascoal Bernardo, director técnico e, para o seu lugar foi colocada Agira Nhabanga, e Maria Luísa Ferreira, diretora comercial, substituída por Firmino Naftal.