Num escrutínio difícil e fracturante, Daniel Chapo, actual governador de Inhambane, foi eleito, na noite deste domingo, candidato da Frelimo para as próximas eleições presidenciais de 9 de Outubro, sucedendo a Filipe Nyusi no partido governamental.
Porém, dados que circularam pouco depois da votação indicavam que dos 250 votantes, 140 membros do Comité Central (CC) terão votado em branco, aparentemente, uma mensagem muito forte a actual liderança da Frelimo. Mas dados oficiais da Frelimo, apresentados no comunicado final, indicam que Daniel Chapo venceu com 225 votos, o correspondente a 94%.
Observadores assinalam que Daniel Chapo, que, aparentemente, não é uma figura comprometida de forma vincada com alguma ala dentro do partido, poderá herdar uma formação política profundamente dividida.
O processo de escolha do candidato da Frelimo, que arrancou na passada sexta-feira, esteve debaixo de forte guerras internas entre o “campo Filipe Nyusi” e outros importantes sectores dentro do partido. Recorde-se que no final da sexta-feira, a Comissão Política (CP) apresentou ao CC, uma lista contendo três nomes, nomeadamente, Roque Silva, Damião José e Daniel Chapo. Contudo, o CC exigiu a entrada de mais nomes na lista dos pré-candidatos.
Depois de várias horas de fortes pressões, a CP acabou cedendo, na tarde deste sábado, aceitando a entrada de mais dois nomes na lista dos pré-candidatos.
Perante esta abertura surgiram vários nomes interessados em concorrer, o que provocou a suspensão da reunião para este domingo. No domingo, a CP acrescentou mais dois nomes, nomeadamente, Esperança Bias e Francisco Mucanheia, todos membros da CP, perfazendo cinco nomes. Mas a lista voltou a não agradar alguns sectores do CC.
Para já, Daniel Chapo, formado em Direito, deverá concorrer nas presidenciais contra Lutero Simango, eleito neste domingo como candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior força política em Moçambique. A Renamo, o maior partido da oposição, ainda não indicou o seu candidato.