A Procuradoria-Geral da República (PGR), através do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), avançou para a detenção, nesta segunda-feira, dos primeiros implicados identificados no âmbito da investigação do rombo financeiro na ordem de 40.691.022 de meticais no Estado Maior General (EMG) das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
De acordo com o GCCC, foram detidos três membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, que exerciam funções na área de administração e finanças e outros quatro indivíduos do sector de construção sem vínculo com o Estado. Ao mesmo tempo, a instrução do processo permitiu a apreensão de três imoveis de habitação e três viaturas.
Os detidos deverão, nos próximos dias, ser apresentados ao juiz de instrução criminal para o primeiro interrogatório judicial e fixação de medidas de coacção.
O GCCC diz que a instrução do processo e a consequente detenção dos implicados e ainda a apreensão de bens resulta do facto de se ter apurado a existência de fortes indícios de prática de crimes de peculato, enriquecimento ilícito, abuso de cargo ou função, fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais.
O descaminho dos pouco mais de 40 milhões de meticais acontecem numa altura em que o sector da defesa e segurança tem estado a merecer atenção especial do ponto de vista de alocação de recursos financeiros, tendo em conta os grandes desafios, particularmente impostos pelo combate ao terrorismo em Cabo Delgado. A maior alocação de verbas tem a ver com a necessidade de viabilizar o discurso governamental de garantir o necessário reequipamento, modernização e profissionalização das Forças de Defesa e Segurança (FDS).