Embaixadores de 105 países junto das Nações Unidas em Nova Iorque subscreveram, no dia 10 de Outubro, uma carta manifestando a sua “profunda preocupação” com as recentes declarações do ministro dos negócios estrangeiros de Israel, declarando o Secretário-Geral desta organização, António Guterres, persona non grata.
Ao mesmo tempo que as condenam, os subscritores desta carta, que incluem Moçambique, consideram que tais declarações e outras acções podem minar a capacidade das Nações Unidas de levar a cabo o seu mandato, que inclui a mediação em conflitos e disponibilização de ajuda humanitária.
Entendem, os embaixadores, que as acções de Israel, consubstanciadas nas declarações do seu ministro dos negócios estrangeiros, só podem contribuir para protelar o fim das hostilidades no Médio Oriente, e os esforços para o estabelecimento de um roteiro que conduza à solução de dois Estados, que permitiria que a Palestina e Israel tivessem uma coexistência pacífica.
“Em momentos de elevada tensão, o papel do Secretário-Geral é essencial para a promoção do diálogo e da compreensão entre partes em conflito”, diz a carta, enquanto reafirma o apoio e confiança dos países membros em Guterres e no seu trabalho.
“Estamos confiantes quanto ao seu compromisso para com a paz e segurança, e alinhamento com o Direito Internacional, incluindo na promoção do respeito pelo direito internacional humanitário e as relevantes resoluções das Nações Unidas sobre a situação no Médio Oriente”, diz a carta, reiterando um apelo a todos os membros a respeitarem a liderança e a missão da organização.
Acrescentam, os embaixadores, que “o envolvimento construtivo com as Nações Unidas é vital para “a ultrapassagem dos desafios que enfrentamos e o alcance de um futuro de paz”.