A economia do sector privado moçambicano registou uma contração em Junho, como resultado de pressões fiscais e o desequilíbrio entre a oferta e a procura, refere-se no PMI, uma avaliação do Standard Bank.
“Em Junho, o PMI do Standard Bank de Moçambique caiu para 49,1 [corrigido de sazonalidade], após os 49,6 de Maio, ficando abaixo do valor de referência de 50, em cinco dos últimos oito meses”, diz o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, no comentário aos resultados da avaliação.
Mussá nota que, em Junho, ocorreram contrações mensais na produção, nas encomendas e nas aquisições.
“No entanto, os sub-índices de prazos de entrega dos fornecedores e de emprego melhoraram”, observou ainda o economista-chefe do Standard Bank.
O PMI de Junho é consistente com as recorrentes pressões fiscais e com os desequilíbrios entre a oferta e a procura de moeda externa no mercado cambial que limitam a procura agregada, nota Fáusio Mussá.
“De facto, os dados de Abril mostram que os rácios de transformação de depósitos bancários em empréstimos atingiram um mínimo histórico de 41% em moeda local e de 28,1 em moeda estrangeira, o que implica que as condições de financiamento ainda restritivas, assim como um investimento não tem permitido um aumento relevante da procura de empréstimos bancários”, enfatizou Mussá.
O economista-chefe do Standard Bank salienta, porém, que o sentimento empresarial melhorou e em Junho, o sub-índice do PMI de expectativas empresariais para o futuro subiu para o valor mais alto dos últimos 13 meses.
“É de salientar que, provavelmente, os inquiridos estão a ter em consideração o progresso relativo aos projectos de gás natural liquefeito [GNL], o que poderá impulsionar a actividade económica”, pode ler-se no comentário.