“Não tenho evidências, por isso não estou em condições de afirmar, categoricamente, que houve ou não fraude eleitoral. Contudo, olhando para a geografia do voto do nosso país é estranho que a Frelimo tenha ganho tudo”. Foi nestes moldes que o académico e Chanceler da Universidade Politécnica, Lourenço do Rosário, se expressou, ao SAVANA, quando comentou sobre as controversas eleições autárquicas de 11 de Outubro, que, oficialmente, a Frelimo ganhou em 64 dos 65 municípios. Numa conversa que durou cerca de 90 minutos, para além da tensão pós-eleitoral, o académico analisou o ambiente político do país e disse que a população está cansada e espera por um (príncipe) salvador. Diz que a Frelimo precisa de regenerar-se e abrir-se a várias ideias. Realça que o presidente da Comissão Nacional das Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, ao se abster, perdeu legitimidade política para continuar no órgão. O académico diz ainda que a Renamo, maior partido da oposição, para continuar a ocupar um espaço político revelante, precisa de rever a sua liderança. É uma entrevista que pode ser lida na íntegra da edição impressa do semanário SAVANA desta sexta-feira.