Partidos da oposição e organizações da sociedade civil no Malawi lançaram severas críticas contra o governo do Presidente Lazarus Chakwera, pela decisão de enviar 221 jovens do seu país como mão de obra para campos agrícolas em Israel.
O grupo de jovens malawianos seguiu no Sábado para Israel, como parte de um acordo assinado entre os dois governos, depois de Israel ter oferecido um pacote de ajuda de 60 milhões de dólares para a recuperação económica do Malawi.
As principais críticas resultam do alegado secretismo em que todo o processo foi tratado, para além dos potenciais riscos de segurança que os jovens malawianos correm, numa altura em que Israel está envolvida num violento conflito com o grupo Hamas.
“Enviar pessoas para um país em guerra como Israel, quando alguns países estão a retirar os seus cidadãos é algo inaceitável”, disse o líder da oposição, Kondwani Nankhumwa, que também questionou como é que o governo manteve o acordo no segredo, informando o Parlamento sobre a decisão apenas na véspera.
O governo defende que o acordo com Israel faz parte da política do governo de criar condições de emprego para os cidadãos malawianos. Diz ainda que os jovens serão colocados em locais seguros, para além de que terão à sua disposição um seguro de saúde e protecção para o repatriamento.
De acordo com o Secretário Permanente do ministério malawiano do trabalho, Wezi Kayira, disse que os jovens irão trabalhar em plantações, e que “não estrão envolvidos em quaisquer outras actividades”.
Acrescentou que o envio de trabalhadores malawianos para o estrangeiro foi decidido pelo governo em colaboração com o sector privado, e que trará benefícios quer para os trabalhadores quer para o próprio país.
De acordo com os termos do acordo, parte dos salários serão pago directamente aos trabalhadores em Israel, sendo que outra parte será paga para as suas contas bancárias no Malawi.