O Banco de Moçambique (BdM) alerta que a pressão sobre o endividamento interno continua a aumentar, com os números na casa dos 334,4 mil milhões de meticais (USD5.225 milhões), o que representa um aumento de 59,3 mil milhões (956.5 milhões) em relação a Dezembro de 2022.
As preocupações do regulador do sistema financeiro moçambicano estão reflectidas na nota emitida, no fim da tarde desta quarta-feira, momentos após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).
A emissão de Obrigações de Tesouro (OT) e BT (Bilhetes do Tesouro) é uma das formas que o governo tem encontrado preferencialmente para colmatar o sistemático déficit do OE (Orçamento do Estado). O Fundo Monetário Internacional (FMI), na suas análises dos números da economia moçambicana, habitualmente, chama à atenção do governo para o endividamento excessivo, interna e externamente.
O diploma ministerial 14/2023, de 18 de Janeiro, prevê a emissão de um valor global limite de 36.648 milhões de meticais (USD572.6 milhões). Os maiores investidores nas OT,s são os bancos comerciais e o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), muitas vezes criticados por desviar fundos, que deviam financiar a economia, a favor da Tesouraria do Estado.