A Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) decidiram manter as mesmas estruturas responsáveis pelos crimes eleitorais que levaram o Conselho Constitucional (CC) a anular os resultados das eleições em Milange, Marromeu, Nacala-Porto e Guruè.
Segundo escreve o Boletim do Centro de Integridade Pública (CIP), nenhum dos dirigentes dos órgãos eleitorais foi suspenso. As únicas mexidas serão a nível dos membros de mesas de votos. Os directores distritais dos STAE e os presidentes das comissões distritais de eleições, principais arquitectos dos ilícitos eleitorais de 11 de Outubro passado, serão os mesmos que irão organizar e liderar o processo de recrutamentos dos membros de mesas de votos e todo o processo logístico para a repetição das eleições no próximo dia 10 de Dezembro, nas autarquias de Milange, Marromeu, Guruè e Nacala-Porto, o que, desde já, não garante a transparência das eleições que serão repetidas. Na passada quarta-feira, 29 de Novembro, o director Geral do STAE, Loló Correia, instruiu os directores dos STAE das quatro autarquias para procederem à selecção dos Membros de Mesas de Votos (MMV) para as eleições do próximo dia 10 de Dezembro.
Correia ordena que a selecção se baseie nos MMV que tiveram o melhor desempenho nas eleições de 11 de Outubro. Na instrução, o director geral do STAE ordena que não se deve seleccionar nenhum MMV indiciado de práticas de ilícitos eleitorais no passado 11 de Outubro. Mas, o que acontece é que durante as eleições, os MMV são simples receptores de orientações dos directores distritais do STAE e dos presidentes das comissões distritais de eleições. Ou seja, o problema não são os MMV, mas as estruturas dos órgãos eleitorais a nível dos distritos.