O Banco de Moçambique (BdM) admite que a inflação ainda vai acelerar até final do ano, um movimento justificado pela redução da oferta de produtos agrícolas e a possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis.
“As perspetivas de curto prazo apontam para uma ligeira aceleração da inflação no quarto trimestre de 2023”, assinala o relatório da Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, divulgado este mês pelo regulador do sistema financeiro moçambicano.
Segundo o BdM, estas previsões decorrem da baixa oferta de produtos agrícolas produzidos no país, do início da quadra festiva e do incremento dos preços de bens alimentares na África do Sul, num contexto em que prevalecem como riscos os efeitos do ‘El Niño’, a aproximação da época ciclónica e o possível ajustamento em alta dos preços dos combustíveis.
A inflação em Outubro atingiu os 4,75%, contra os 4,63% em Setembro, revertendo a tendência para abrandamento observada nos últimos sete meses do ano.
“Ainda assim, no curto prazo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação de um dígito”, acrescenta o banco central.
No sentido contrário, lembra o BdM, os agentes económicos “reviram em baixa as suas perspectivas de inflação para Dezembro”, para 4,61%, contra a previsão de 5,70% feita há um mês. Em Junho, os empresários previam uma taxa de inflação anual de 8,82%.