Após várias semanas em “modo silencioso”, o Banco de Moçambique (BdM) admitiu, nesta quarta-feira, problemas na implementação do novo Sistema Nacional de Pagamentos, que afectam as transações bancárias, com destaque para a componente das transferências, mas garantiu que estão em resolução.
“Graças à pronta intervenção do Banco de Moçambique e do provedor da plataforma, e com a colaboração dos bancos comerciais, o sistema está em processo de normalização e a maioria das transações está a ser processada normalmente”, assinala o banco central, num comunicado publicado, nesta quarta-feira, na sua página web.
Nas últimas semanas, vários utilizadores de serviços bancários reportaram atrasos e problemas em transações bancárias, constrangimentos que foram reconhecidos por várias instituições bancárias.
O Banco de Moçambique recorda que “no âmbito da modernização do Sistema Nacional de Pagamentos”, entrou em funcionamento no dia 24 de Novembro de 2023 a plataforma Real-Time Gross Settlement (RTGS).
“O processo de implementação desta plataforma, que teve como objectivo garantir a disponibilização de fundos em tempo real, levou mais de um ano e envolveu a realização de testes exaustivos com todos os participantes, nomeadamente bancos comerciais, a SIMO [A Sociedade Interbancária de Moçambique ] e a Bolsa de Valores de Moçambique”, salienta BdM.
O Banco Central assinala igualmente que “os primeiros dias foram exclusivamente dedicados à estabilização da plataforma”, com o apoio da empresa MOTRAN, provedora da plataforma RTGS. Sublinha que depois seguiu-se a monitoria contínua do funcionamento do sistema, o “apoio permanente aos participantes na resolução de quaisquer dificuldades”, a “actualização aos participantes sobre as funcionalidades do sistema” e pela realização de reuniões diárias com as equipas técnicas dos bancos para apresentação de situações anómalas verificadas.
No entender do BdM, “os problemas verificados, em alguns bancos, durante a entrada em funcionamento” da nova plataforma ficaram a dever-se à “ausência de ajustamento tecnológico adequado”, à “mudança das equipas técnicas envolvidas no processo de implementação da plataforma” por parte da empresa que implementa o sistema, bem como pelo “envio de instruções de pagamento num formato diferente do acordado, o que originou a sua rejeição pelo sistema”.