O bilionário franco-libanês, Iskandar Safa, proprietário da Privinvest, a construtora naval no epicentro das chamadas “dívidas ocultas” moçambicanas, morreu, na noite desta segunda-feira, aos 68 anos de idade.
A informação foi confirmada pelo director editorial da revista conservadora Valeurs nationaux, Tugdual Denis, cujo proprietário da publicação é Iskandar Safa. O empresário morreu de cancro em Mougins (Alpes-Marítimos da França).
Com a sua fortuna estimada, há alguns anos, em mil milhões de euros, Iskandar Safa e a sua empresa, a Privinvest, são alvos de um processo promovido em Londres pelo Estado moçambicano, pelo papel central que desempenharam na saga das chamadas dívidas ocultas.
O Estado moçambicano exige 3,1 mil milhões de dólares à Privinvest e ao proprietário, Iskandar Safa, por danos, compensação e indemnização, no âmbito do caso das “dívidas ocultas”, cujo julgamento espera um desfecho no Tribunal Comercial de Londres.
A Privinvest é acusada de subornar funcionários públicos, em particular o antigo ministro das Finanças Manuel Chang, para aprovarem contratos e o financiamento de empréstimos (Proindicus, EMATUM e MAM) para a compra de barcos de pesca e equipamento de segurança marítima à construtora naval.
A empresa e Iskandar Safa são também acusados por Moçambique de subornarem funcionários dos bancos Credit Suisse e VTB para facilitarem as transações. O empresário franco-libanês e o grupo naval sempre negaram ter cometido actos de corrupção.