É apenas uma questão de horas. A 13ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que decorre desde a última segunda-feira, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), termina esta quinta-feira. Quando faltam menos de cinco horas para o fim do evento, a grande questão continua a ser se haverá ou não consensos entre os 164 países (agora 166, com a entrada do Timor-Leste e dos Comores) na organização. O encerramento do evento acaba de ser adiado para meia noite, o que sugere dificuldades na mesa das negociações.
Entre as questões mais complexas nas negociações de Abu Dhabi estão as negociações sobre os sectores da pesca e da agricultura, que continuam a dividir posições entre as partes. A menos de 24 horas do término da Conferência, a directora geral da organização responsável pelas normas do comércio internacional voltou a apelar aos ministros a irem mais longe e a encontrarem convergência nas várias questões em jogo.
Falando em conferência de imprensa, esta quarta-feira, elogiou os membros pela “enorme quantidade de progressos” alcançados após três dias de intenso trabalho na Conferência de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. No entanto, Ngozi Okonjo-Iweala lembrou, aos chefes das Delegações presentes no evento, que o relógio está a contar, sublinhando que, se as delegações continuarem a trabalhar arduamente, pode se alcançar resultados positivos na 13ª Conferência da OMC.
Por sua vez, o ministro de Estado para o Comércio Externo dos EAU, anfitrião que preside a Conferência deste ano, Thani bin Ahmed Al Zeyoudi, disse que é hora de deixar de lado as diferenças e trabalhar juntos para o objectivo comum. “É disso que se trata o consenso – que sei que todos vocês valorizam”, disse Al Zeyoudi, também expressando esperança de que os resultados sejam adoptados na cerimónia formal de encerramento do evento.
Entretanto, a cerimónia de encerramento da 13ª Conferência Ministerial da OMC, que estava inicialmente agendada para às 20 horas locais (18h de Maputo), foi adiada esta tarde para meia noite de Abu Dhabi (22h de Maputo), o que sugere dificuldades para o alcance de consensos na mesa das negociações.
(Armando Nhantumbo, em Abu Dhabi)