O avanço dos insurgentes para os distritos de Chiúre, Quissanga, Ibo e Metuge, nas zonas sul e centro da província de Cabo Delgado, desafia à Policia da República de Moçambique (PRM) a esboçar novas estratégias para fazer face aos novos desafios de garantia de ordem e tranquilidade pública.
Para o efeito, a PRM reuniu-se este sábado, na capital do país, no seu XXVI Conselho Coordenador para reflectir em torno da criminalidade no país, nas suas diferentes tipologias, bem como na sua actuação nos processos eleitorais.
Discursando na abertura do evento, o Ministro de Interior, Pascoal Ronda, apelou para uma reflecção profunda acerca da actuação da PRM, com vista a obter um diagnóstico exaustivo sobre a situação operativa de modo a delinear respostas que se traduzam no incremento de acções operativas, destacando a situação da província de Cabo Delgado.
“Os actos terroristas em Cabo Delgado e as suas tendências actuais suscitam a necessidade de adopção de uma nova abordagem operativa mais robusta e eficaz com suporte da inteligência policial”, disse.
Recomendou que na reflexão sobre estratégias de prevenção e combate ao terrorismo não coloquem de lado os conhecimentos acumulados no quadro da actuação conjunta com a força local, com a Missão Militar Conjunta da SADC (SAMIM, na sigla inglesa) e com a força ruandesa.
E por que estamos num eleitoral, o assunto não passou despercebido, tendo em conta às críticas da actuação da PRM nas sextas eleições autárquicas, de Outubro passado.
O comandante geral da PRM, Bernardino Rafael, disse que a corporação vai fazer uma avaliação profunda do desempenho da polícia nas últimas eleições autárquicas para tirar as devidas ilações.
“ Vamos avaliar os sucessos e insucessos da Polícia na protecção das eleições autárquicas, nas 65 autarquias no país. Vamos fazer uma abordagem geral dos processos eleitorais que o país precisa, tudo isso na perspectiva de melhorar cada vez mais o nosso empenho e desempenho na garantia da segurança e tranquilidade pública para os moçambicanos e no combate ao crime e sua prevenção bem como acidentes de viação e suas consequências”, frisou.
Disse que um dos imperativos do Conselho Coordenador é a aprovação de um plano para a protecção do processo eleitoral em todas suas fases, a começar pelas campanhas de educação cívica que arrancaram, passando pelo recenseamento eleitoral, protecção dos matérias eleitorais, campanha eleitoral, votação até a tomada de posse de todos órgãos eleitos à escala nacional.
Aliás, sobre às eleições, o Ministro de Interior, Pascoal Ronda, exortou para que os plano de actuação garantam medidas adequadas para que os processo eleitorais decorra num ambiente ordeiro em todas as suas fases em todo território nacional e com especial atenção para a província de Cabo Delgado.
Relativamente a outras frentes da PRM, Bernardino Rafael disse que a agenda da corporação é combater o crime, preveni-lo e proporcionar aos moçambicanos uma livre circulação para que possam produzir sem ameaças.
Assinalou ser isto que a PRM se esmera em fazer no combate aos raptos que constituem uma ameaça a economia nacional, apesar das críticas que são feitas no sentido de desacreditar os esforços em curso bem como conotar os agentes como parte do cartel de criminalidade diversa que assola o país. Encorajou aos membros da PRM a trabalharem e acima de tudo a não integrarem os referidos cartéis de crime porque tarde ou cedo a justiça será feita, caso façam parte.
O XXVI conselho coordenador da PRM decorre sob o lema:” PRM aprimorando estratégias para a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade pública no contexto da protecção de processos eleitorais e combate ao terrorismo”.