Um grupo de 32 observadores de longo prazo da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) foram, nesta sexta-feira, destacados em equipas de duas pessoas para todas as províncias moçambicanas, anunciou a chefe adjunta da missão Margarida Alves.
“Uma vez no terreno, os observadores reunir-se-ão com todos os interlocutores envolvidos no processo eleitoral, tais como autoridades locais, instituições eleitorais, candidatos, meios de comunicação, e com representantes da sociedade civil”, explicou, na manhã desta sexta-feira, aos jornalistas a chefe adjunta da Missão.
Os observadores de longo prazo chegaram a Maputo a 9 de Setembro passado e receberam uma capacitação de três dias.
“Os observadores irão reportar à equipa Central baseada em Maputo, e essa informação factual recolhida será a base para uma declaração preliminar, apresentada em conferência de imprensa em Maputo no prazo de dois dias após o dia da eleição”, acrescentou Alves.
Margarida Alves explicou igualmente que a MOE UE possui uma metodologia de observação consistente que tem vindo a ser testada nos últimos 20 anos. “Somos imparciais e tentamos fazer uma análise abrangente do processo eleitoral”, frisou.
Questionada sobre uma suposta crítica à dualidade de critérios de análise da UE de processos eleitorais em diferentes países, tendo como exemplo a Venezuela e as eleições autárquicas de 2023 em Moçambique, a chefe adjunta da Missão, assinalou que a metodologia usada não permite comparar eleições entre países.
“Nas eleições autárquicas do ano passado em Moçambique, a União Europeia não destacou nenhuma missão da observação eleitoral. Porém, uma das nossas recomendações de 2019, em que tivemos uma missão completa, remete à publicação dos editais originais das mesas de voto e acessíveis para todos. Reitero que é uma excelente recomendação porque procura contribuir para uma maior transparência e credibilidade do processo eleitoral”, sublinhou.
Quanto à situação de segurança, especialmente em alguns distritos de Cabo Delgado, assolada por ataques armados desde Outubro de 2017, Margarida Alves salientou que os observadores olharam a situação com cautela.
“A segurança e a presença dos nossos observadores no terreno é uma prioridade para a missão de observação eleitoral”, garantiu.
No dia das eleições, a Missão de Observação Eleitoral da UE será composta por mais de 150 observadores dos 24 Estados-Membros da UE, da Noruega e da Suíça.