A Autoridade Reguladora de Águas (AURA) denunciou, nesta terça-feira, em Maputo, que apenas 20% dos mais de 1.800 fornecedores de água da Região Metropolitana do Grande Maputo têm licença, salientando que tal prejudica os que operaram na legalidade.
Esta informação foi partilhada durante um seminário de capacitação regional na qual debateu técnicas para reduzir as perdas de água e melhorar a eficiência do sector.
A administradora da AURA, Julieta Paulo, salientou a importância da regularização dos fornecedores de água e criticou os que operam sem licença, afirmando que prejudicam os fornecedores licenciados e afectam negativamente a qualidade dos serviços prestados aos consumidores.
Segundo a administradora, os fornecedores não regularizados acabam por retirar “os clientes dos licenciados, algumas vezes, as regras que os licenciados respeitam, eles não respeitam”.
Por outro lado, Paulo frisou que a região do Grande Maputo produz cerca de 89 milhões de metros cúbicos de água, mas regista uma perda de perto de 50% deste volume. As causas incluem falhas nos sistemas de leitura e facturação, roubo de água e uso de contadores obsoletos.
Uma das soluções discutidas no seminário foi a adopção de novas tecnologias, como a telemetria, que pode melhorar a precisão das leituras de consumo de água, aumentando a eficiência do sistema e reduzindo as perdas.
O seminário de capacitação de dois dias, que terminou nesta terça-feira, em Maputo, contou com a participação de operadores da cadeia de distribuição de água e saneamento da Região Metropolitana do Grande Maputo. Participaram representantes do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), a Administração das Infra-estruturas de Abastecimento de Água e Saneamento (AIAS), entre outros actores.