Sem especificar as razões, o Presidente da República, Filipe Nyusi, reconheceu, nesta sexta-feira, que a reintegração social dos guerrilheiros da Renamo, tem sido “complexa”, porém assinalou que a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional está a ser “um sucesso”.
“A reintegração é um processo que continua por se revelar complexa”, salientou Nyusi, quando falava por ocasião do Dia da Paz, que assinala o fim da guerra dos 16 anos, que opôs a Renamo e o Governo/Frelimo.
Na ocasião, Filipe Nyusi frisou igualmente que o processo de paz em curso tem conhecido avanços.
“Apraz-nos dizer que até 30 de Setembro último, dos 5.221 processos (de pensões dos guerrilheiros da Renamo), 4.215 foram recebidos pelo Ministério dos Combatentes, tendo 4.161 sido remetidos ao Instituto Nacional de Previdência Social, dos quais 4.140 resultaram na fixação de pensões, 3.930 visadas pelo Tribunal Administrativo e 1.908 estão em pagamento”, disse.
Acrescentou ainda que outros processos de fixação de pensões dos antigos guerrilheiros da Renamo estão em regularização, através de um processo que envolve contactos com a direcção do principal partido da oposição.
No discurso, que proferiu nesta sexta-feira após a deposição de uma coroa de flores na praça dos heróis, em Maputo, Nyusi propôs a criação de uma comissão de paz e reconciliação nacional, para o aperfeiçoamento do “modelo” usado no país.
“Podemos buscar inspiração em modelos desenvolvidos noutros países, podemos recorrer à experiência de criação de uma comissão de paz e reconciliação”, afirmou Nyusi.
Nyusi admitiu que o modelo de paz precisa de ser aperfeiçoado e, apesar de o AGP ter resultado em ganhos, o país tem conhecido “incidentes de tensões políticos e militares, sobretudo, durante os períodos pós-eleições”.
Filipe Nyusi avançou que a referida comissão de paz e reconciliação iria integrar “actores” que refletissem sobre caminhos de paz, justiça e harmonia.