A ministra da Defesa do Zimbábwe Oppah Muchinguri-Kashiri vai representar o seu país na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, adensando o ambiente sombrio da solenidade que vai decorrer na quarta-feira na Praça da Independência.
A ausência do presidente do Zimbábwe, Emmerson Mnangagwa, cujo partido é aliado histórico da Frelimo, partido no poder em Moçambique há 49 anos, pode acentuar o visível défice de legitimidade de Chapo e o receio, neste momento, de aproximação a um chefe de Estado cuja eleição é fortemente contestada pela oposição moçambicana e que levou a violentas manifestações, que se saldaram em mais de 400 mortos.
A ausência dos chefes de Estado daquele importante país da África Austral soma-se à não-comparência de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal e com fortes laços institucionais e afectivos com Moçambique. Portugal será representado pelo seu ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel.
Ainda jovem Marcelo Rebelo de Sousa passou vários momentos na cidade de Lourenço Marques (actual Maputo), onde o pai, Baltazar Rebelo de Sousa, viveu, como último governador-geral da então província ultramarina de Moçambique (actual República de Moçambique).
O actual Presidente de Portugal viveu mesmo na Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado moçambicano, para onde se vai mudar nesta, quarta-feira, Daniel Chapo, substituindo Filipe Nyusi.