Momad Assif Abdul Satar, vulgo Nini Satar, “foi encontrado morto” na sua cela, na manhã desta sexta-feira, numa ala conhecida por “Guantánamo”, no Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança da Machava (BO), em Maputo.
Um comunicado do Serviço Nacional Penitenciário, divulgado momentos após começarem a circular indicações da morte de Nini Satar, assinala que por volta das 7h30 desta sexta-feira, no acto da vistoria matinal às celas, efectuada por agentes da Guarda Penitenciária, o recluso foi encontrado “estatelado no soalho, aparentemente sem sinais vitais”.
A nota salienta que face à ocorrência, o Serviço Nacional Penitenciário activou o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), que realizou diligências de inspecção ao local.
No entanto, o SAVANA sabe na ala onde se encontrava encarcerado Nini Satar tem um sistema de vigilância intrusiva, o que é de estranhar o facto de apenas às 7h30 é que os agentes da guarda penitenciária descobriram o caso. Após circularem notícias da morte de Nini Satar, a família do recluso dirigiu-se à BO, mas, ao que apurámos, não lhe foi permitida a entrada.
Nini Satar encontrava-se em regime de reclusão no Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança da Machava, no âmbito do processo n°66/2020, relacionado com o assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em Novembro de 2000.
“Ο Serviço Nacional Penitenciário lamenta o sucedido e continua a acompanhar as diligências em curso com vista a apurar as circunstâncias da sua morte”, lê-se no comunicado do SERNAP.
Nini Satar, que indignou meio mundo ao tratar 10 mil dólares como “quantias irrisórias”, no julgamento do caso “Carlos Cardoso”, foi condenado a 24 anos de cadeia, por envolvimento na morte do então editor do Metical, e no desfalque de 14 milhões de dólares no ex-Banco Comercial de Moçambique (BCM).
Nini Satar foi diversas vezes associado aos raptos, tanto em Moçambique, como na África do Sul, mas sempre conseguiu escapar, supostamente por manter “bons contactos” no sistema judicial moçambicano e na Polícia. Quando era objecto de notícias relacionadas aos raptos na imprensa moçambicana, Nini Satar respondia com processos judiciais, com pedidos de indeminização de cerca de um milhão de dólares norte-americanos.