Elias Dhlakama, antigo deputado da Assembleia da República (AR), membro sénior da Renamo e irmão mais novo de Afonso Dhlakama, falecido líder histórico da organização política, não tem dúvidas de que o partido está a viver um dos mais difíceis momentos da sua história, uma realidade que ele associa à falta de reuniões permanentes, abertas para todos e com participantes que apresentam predisposição para o que considera “conversa franca” e de “alma aberta”.
Nas palavras de Elias Dhlakama, a Renamo vive um dos “momentos mais delicados da sua história” e uma observação atenta sugere uma realidade de “desunião e perda de um rumo estratégico”.
Diante da actual situação, mesmo fazendo todos os votos para que tal prognóstico não tenha lugar em nenhuma circunstância, o membro sénior da Renamo diz que aqueles que gostam da organização devem começar a trabalhar firmemente para que não tome o caminho de outros que simplesmente perderam relevância e desapareceram.
“Conhecemos partidos grandes que desapareceram em África. A Renamo poderá não ser diferente se quisermos brincar. Poderá passar para a história, o que nós não gostaríamos que fosse”, apontou o irmão mais novo de Afonso Dhlakama, reiterando que os membros da Renamo não estão a tomar nota e a posicionar-se para evitar que uma realidade trágica tenha lugar no seio do partido.
Elias Dhlakama fez estes pronunciamentos quando, nesta quarta-feira, participava na sessão inserida na IV Reunião da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia e da Associação dos Antigos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), que reuniu perto de 150 delegados.