A ministra das Finanças, Carla Louveira, está numa maratona de diplomacia económica na capital americana, Washington, Estados Unidos da América (EUA), onde, desde esta segunda-feira, está a manter encontros com responsáveis de diversas instituições de cooperação.
Louveira que escalou Washington para participar na reunião anual das instituições da Bretton Woods (Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional), manteve nesta segunda-feira, 13, um encontro de cortesia com o coordenador da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Yushi Nangamo.
Na ocasião, a ministra destacou a importância da cooperação que o governo moçambicano tem com a JICA na prestação de assistência técnica e no apoio ao financiamento de projectos estruturantes no País.
Por sua vez, Yushi Nangamo frisou que encontro visava apresentar um breve relatório do estágio da cooperação e do progresso das actividades da JICA em Moçambique.
Sublinhar que as relações bilaterais entre Moçambique e Japão têm conhecido uma evolução positiva, registando um crescimento da cooperação bilateral nos domínios político-diplomático, agricultura, educação, saúde, infra-estruturas, recursos minerais e energia, protecção ambiental, entre outras áreas.
A JICA desenvolve suas actividades em Moçambique desde 2003, três anos depois de o Japão abrir sua missão diplomática em Moçambique.
Em Washington, Carla Louveira também se reuniu com o director regional do Banco Mundial para Moçambique, Fily Sissoko para discutir estratégias de aceleração do crescimento económico e fortalecimento da estabilidade macro-fiscal do país.
Durante o encontro, as partes passaram em revista matérias prioritárias para o desenvolvimento nacional, com destaque para a criação de oportunidades económicas e de emprego, atracção de investimento directo estrangeiro, promoção dos corredores de desenvolvimento, e dinamização das cadeias de valor do agro-negócio e turismo.
Período desafiante
Na sua intervenção, Carla Loveira reconheceu que a economia moçambicana atravessa um período desafiante, marcado por retracção nos sectores produtivos e pressões estruturais nas finanças públicas.
“Estamos a enfrentar uma combinação de factores que afectam a nossa performance económica, nomeadamente a limitada capacidade de arrecadação de receitas, o rápido crescimento da despesa pública, sobretudo com salários e serviço da dívida e o impacto de choques externos”, afirmou a governante.
Segundo a ministra, esta conjuntura tem aumentado as necessidades de financiamento do Estado e afectado a prestação de serviços públicos básicos, comprometendo os indicadores de desenvolvimento humano e social.
Para inverter o cenário, Louveira sublinhou que o governo está a implementar reformas estruturais no sector fiscal e monetário, no quadro do Programa de Reforma Económica e Crescimento (PRECE), com vista a dinamizar a economia e restaurar o equilíbrio macrofiscal.
Por seu turno, Fily Sissoko destacou o compromisso da instituição em reforçar a cooperação com o governo e apoiar as reformas em curso.
“A revisão de carteira de projectos com o governo é essencial para garantir boa governação e um ambiente de negócios mais favorável. O nosso objectivo é trabalhar lado a lado com Moçambique para consolidar um quadro macrofiscal forte e promover um crescimento económico inclusivo e resiliente”, disse Sissoko.
O dirigente destacou que o Banco Mundial continua a ser um parceiro estratégico de Moçambique, com uma carteira que inclui projectos estruturantes nas áreas de energia, infra-estruturas, agricultura, saúde e educação, visando fortalecer a base económica e social do país.
(RS)