Dois meses após abandonar o país, Venâncio Mondlane regressou, na manhã desta quinta-feira, à Maputo, num ambiente tenso e autoproclamou-se, no Aeroporto, Presidente eleito pelo povo.
Mondlane surpreendeu a imprensa e os funcionários do Aeroporto Internacional de Maputo, ao fazer juramento como Presidente da República “eleito pelo povo e não pelo Conselho Constitucional”.
“Sou conhecido como uma caixinha de surpresas”, assinalou Venâncio Mondlane, antes de fazer um juramento, como novo chefe de Estado eleito pelo povo.
Com esta acção, Venâncio Mondlane cumpre uma promessa que fez reiteradas vezes, de que ia tomar posse, como candidato eleitoral eleito pelo povo. No entanto, o Conselho Constitucional já marcou para 15 deste mês, a posse de Daniel Chapo, candidato presidencial proclamado vencedor por aquele órgão.
O candidato presidencial apoiado pelo Podemos, que, oficialmente, ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais, chegou ao Aeroporto Internacional de Maputo, num voo da Qatar Airways, proveniente de Doha, capital do Qatar. Não está claro o país onde Mondlane viveu durante os dois meses em que esteve fora de Moçambique.
Questionado sobre a decisão de regressar ao país, Mondlane apontou três razões. A primeira prende-se com a necessidade de quebrar a “narrativa” de que a sua ausência do país inviabiliza o diálogo visando pôr fim à crise pós-eleitoral e as manifestações contra os resultados eleitorais de 09 de Outubro.
“Estou aqui de carne e osso”, repisou Mondlane, manifestando abertura para para “negociações”.