O magnata nigeriano Aliko Dangote assinou na Quarta-Feira em Harare, um memorando de entendimento para a construção do maior oleoduto do continente, que deverá transportar combustíveis a partir da Namíbia para o Zimbábwe.
A infraestrutura, cujo custo está avaliado em 1 bilião de dólares, incluirá uma fábrica de fertilizantes, e terá o seu ponto de partida o porto de Walvis Bay, com término na segunda maior cidade do Zimbábwe, Bulawayo, depois de atravessar o Botswana.
Da parte zimbabweana o memorando foi assinado pelo Ministro das Finanças, Mthuli Ncube, na presença do Presidente Emmerson Mnangagwa.
Quando concluído, o projecto deverá transformar a matriz energética na África Austral, posicionando o Zimbábwe na rota para a industrialização, para além de ser um importante posto de abastecimento de combustíveis para outros países do interior da região.
Dangote é considerado o homem mais rico de África, e o seu envolvimento no Zimbábwe marca a penetração da gigante Nigéria para uma região outrora considerada mais virada para interesses ocidentais, e muito recentemente também chineses.
Dangote não disse o valor certo do projecto, afirmando que os custos serão actualizados à medida que o mesmo for sendo implementado, mas que certamente estarão a norte de 1 bilião de dólares.
Um porta-voz do Presidente zimbabweano disse que o projecto poderá transformar a estrutura de produção industrial do país, com a disponibilidade de combustíveis mais baratos.
O acordo também abre a caminho para outros projectos no sector energético, incluindo a produção de cimento e fertilizantes. O Zimbábwe tem uma economia eminentemente agrícola, e a sua capacidade de produzir fertilizantes internamente pode contribuir para reduzir significativamente os custos de produção neste sector.
Actualmente, o Zimbábwe importa combustíveis e outros produtos a partir dos portos da Beira e de Maputo, num mix de sistemas férreos, rodoviários e através do pipeline que liga o porto da Beira à cidade fronteiriça de Mutare.
Não se sabe qual será a duração do projecto, mas a sua conclusão pode representar um desafio para as ambições de Moçambique de ser um centro de distribuição de energia na região. Para além da Beira e de Maputo, Moçambique tem o porto de Nacala, e todos eles funcionam como importantes rotas de abastecimento de combustíveis para países do interior como o Malawi, Zâmbia, Zimbábwe e a parte sul da República Democrática do Congo.