O general Horta Inta-A foi esta quinta-feira empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense.
A cerimónia acontece um dia depois de os militares terem tomado o poder, num golpe em que analistas, sociedade civil e partidos da oposição afirmam ter sido orquestrado por Umaro Sissoco Embaló, em conluio com o General Biaguê Na N’tam, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
O general Horta Inta-A vai assumir o cargo por um ano. Foi nomeado chefe do Estado-Maior Particular do Presidente Umaro Sissoco Embaló, em 2023, mas, dias depois, foi exonerado e nomeado chefe do Estado-Maior do Exército.
Horta Inta-A é da etnia Balanta e um dos homens de confiança do chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan.
Segundo disse Umaro Sissoco Embaló, Horta Inta-A teve um papel determinante no seu resgate dos tiroteios no palácio do Governo, em Bissau, aquando da tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022.
O presidente de transição sempre esteve ligado ao ramo do Exército guineense e converteu-se ao islamismo numa cerimónia realizada na Arábia Saudita.
Na tarde desta quarta-feira, os chefes de Missão de Observação Eleitoral da União Africana, CEDEAO e o Fórum dos Anciãos da África Eleitoral emitiram uma nota manifestando preocupação com o anúncio de um golpe de Estado.
“Lamentamos que este anúncio tenha sido feito numa altura em que as missões acabavam de concluir os encontros com os dois principais candidatos presidenciais, que garantira a sua disponibilidade em aceitar a vontade do povo”, lê-se na nota assinada por Filipe Nyusi, antigo presidente moçambicano, que lidera a missão da UA, Issifu Kamara (CEDEAO), Goodluck Jonathan, antigo Presidente da Nigéria, em nome do Fórum dos anciãos.