Ataques e mais ataques em Cabo Delgado. Mas quanto custa mesmo a guerra? Esta é a pergunta que a organização da sociedade civil Centro de Integridade Pública (CIP) procura responder no seu mais recente estudo sobre a guerra no Norte de Moçambique. A partir de dados oficiais, o CIP quantificou os custos da guerra em Cabo Delgado. No final, constatou haver uma subida significativa, nos últimos anos, dos gastos com sectores de defesa, segurança e ordem pública.
Com o título “Revelando os Custos da Guerra em Cabo Delgado: uma Análise Abrangente dos Impactos Fiscais e Desafios Multidimensionais”, o estudo, lançado esta quarta-feira, em Maputo, estima o aumento nas despesas com segurança nacional, em cerca de 106,8 mil milhões de meticais (USD 1,69 mil milhões) de 2018, segundo ano dos ataques, a 2022, quinto. Os ataques armados inspirados no radicalismo islâmico iniciaram em Outubro de 2017, quando os insurgentes lançaram os primeiros tiros no distrito de Mocímboa da Praia.
No mesmo ano, a guerra alastrou-se para outros distritos da província de Cabo Delgado. Cinco anos depois, os ataques viriam a estender-se, em 2021, para a província de Niassa, particularmente no distrito de Mecula e, em 2022, para Nampula, onde o assassinato de uma missionária comboniana, a irmã Maria de Coppi, na Missão de Chipene, em Memba, tornou-se num dos símbolos da guerra no Norte de Moçambique. A evolução dos ataques exigiu esforço financeiro por parte das autoridades moçambicanas. (o artigo na íntegra está na edição impressa e na versão PDF do SAVANA desta sexta-feira, 17 de Novembro)