O governo moçambicano contornou perguntas colocadas por jornalistas em relação ao facto de parte dos promotores da tentativa de golpe de Estado na República Democrática do Congo (RDC) terem negócios em Moçambique, particularmente na área de exploração de recursos minerais em Cabo Delgado, província que enfrenta ataques terroristas há mais de seis anos.
Estrategicamente, para fugir às questões, a porta-voz da 16ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Ludovina Bernardo, preferiu refugiar-se a clássica resposta de que o assunto não foi matéria de debate durante a sessão governamental, pelo que não pode tecer quaisquer comentários.
“Bom, são questões pertinentes que foram levantadas, no entanto, cumpre-me informar que, relativamente à primeira questão, sobre o golpe [tentativa] de Estado, idem relativamente ao livro escolar, não foram matérias discutidas na agenda da 16ª sessão ordinária do Conselho de Ministros” , disse a porta-voz.
Neste momento, tanto internamente, assim como fora do país, muitas vozes começam a associar e implicar Moçambique e Ruanda na intentona verificada. Em relação a Moçambique, exige-se explicação das autoridades governamentais em torno do real relacionamento que havia com Christian Malanga, um congolês que vivia no exílio, citado como possível líder da tentativa de golpe de Estado na RDC.
O que é factual é que Malanga tinha negócios firmados em Moçambique, além de relações com figuras do partido no poder, a exemplo do general Alberto Chipande.