As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) vão suspender, a partir de amanhã, 19 de Fevereiro, o voo entre Maputo / Lisboa / Maputo, uma medida que, segundo uma nota da companhia de bandeira, “faz parte da Estratégia de Restruturação aprovada pelo Conselho de Administração da Empresa”.
O voo Maputo-Lisboa-Maputo era considerado ruinoso em vários sectores de aviação, com custos operacionais incomportáveis. No entanto o voo era promovido como “a restituição do orgulho moçambicano”. Segundo os gestores da LAM, esta operação causou um prejuízo avaliado em 21 milhões de dólares.
De acordo com um comunicado da LAM, a rota Maputo / Lisboa / Maputo faz parte do grupo das operações deficitárias, que inclui Maputo/Harare/Lusaka e vice-versa, já suspensa, bem como Maputo/Cape Town/Maputo, ainda em processo de análise.
“Em relação aos voos entre Maputo e Lisboa, neste momento, decorrem diligências para garantir as viagens, por vias alternativas, aos cerca de 1.080 passageiros que já adquiriram passagens. Para o caso de passageiros com impossibilidade de realizar as viagens, a LAM irá reembolsar o valor”, assinala a nota.
A mesma nota salienta igualmente que a suspensão de rotas internacionais resulta da determinação da LAM em imprimir uma nova dinâmica ao negócio para optimizar a rentabilidade das operações e eficiência de gestão, para além de que representa um sinal estratégico de renovação e avanço para um futuro de aviação nacional moderna, “comprometida com a melhor experiência de voos para os moçambicanos e demais clientes”.
A LAM salienta que irá priorizar voos domésticos e o segmento regional, com uma forte aposta na qualidade de produtos e serviços de melhor assistência aos passageiros.
A LAM está numa longa travessia do deserto, que se agudizou com a entrada da consultora sul–africana, a Fly Modern Ark, em Abril de 2023, uma polémica empreitada levada a cabo pelo antigo ministro dos Transportes e Comunicações Mateus Magala. Num esforço para minimizar a situação, o Governo decidiu, recentemente, alienar 91% das acções da companhia a três lucrativas empresas da esfera estatal (CFM, HCB e EMOSE), uma decisão que gerou grande controvérsia e acalorados debates, com uns a argumentarem que tal exercício governamental levanta sérias interrogações e preocupações financeiras e estratégicas.