Moçambique entrou num novo capítulo no reforço das suas capacidades de resiliência a catástrofes com a implementação do Projecto de Gestão de Catástrofes com Base em Drones, liderado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Governo de Moçambique e Busan Techno Park, com sede na Coreia.
Na semana passada, os parceiros lançaram um programa estruturado de capacitação, que irá equipar o país com tecnologia de vigilância aérea avançada e os conhecimentos especializados para a sua utilização em caso de catástrofe. Moçambique recebeu recentemente drones avançados e sistemas de recolha, análise, monitorização e comunicação de dados, entregues ao Instituto Nacional de Meteorologia.
O país enfrenta vulnerabilidades climáticas crescentes, incluindo ciclones e tempestades tropicais de frequência e intensidade cada vez maiores, inundações devastadoras que deslocam milhares de pessoas e destroem infraestruturas, secas prolongadas que ameaçam a segurança alimentar e os recursos hídricos e o aumento do nível do mar que põe em perigo as comunidades e os ecossistemas costeiros.
As autoridades afirmam que os mecanismos tradicionais de resposta a catástrofes não conseguem acompanhar a velocidade e a escala das emergências provocadas pelo clima.
“Este projecto fornece tecnologia de drones de ponta para ajudar Moçambique a antecipar, detetar e responder a catástrofes de forma mais rápida e eficaz”, afirmou El Khili Lhoucine, líder da equipa do projeto.
Um total de 30 especialistas governamentais de instituições nacionais importantes passarão por um programa de formação abrangente ministrado em três grupos de 10 participantes cada, com cada grupo a receber duas semanas de formação teórica e prática.
Dez formandos excecionais avançarão para se tornarem instrutores nacionais certificados de drones, através de um programa avançado adicional de duas semanas. Isto criará um conjunto de especialistas locais que formarão as futuras gerações de especialistas em desastres climáticos, garantindo que a capacidade de resiliência climática de Moçambique se torne mais forte com o tempo.
“Esta fase é um momento crucial. Com a chegada deste equipamento e o programa de formação estruturado que se avizinha, estamos a desenvolver uma força de trabalho nacional qualificada, capaz de liderar a resposta a catástrofes com confiança e autonomia”, afirmou o co-líder da equipa do projeto do BAD, Fidelis Mnyanyi, sublinhando a importância do momento.
“Com esta tecnologia, Moçambique irá reforçar a sua capacidade de detetar e responder a riscos relacionados com o clima”, afirmou Mussa Mustafa, vice-diretor-geral do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique.
“Esta formação capacita-nos para utilizar ferramentas modernas para melhor proteger as nossas comunidades durante catástrofes”, afirmou Eunicia Sambo, especialista governamental e participante na formação.
“A Coreia orgulha-se de apoiar esta iniciativa transformadora através do BTP”, acrescentou Yeji Lee, líder da equipa de negócios globais do BTP.
A iniciativa reforça o compromisso mais amplo do BAD em promover a inovação, a resiliência e o desenvolvimento sustentável em toda a África.